A mamoplastia de aumento, também conhecida como cirurgia de aumento mamário ou implantes mamários, é atualmente um dos procedimentos de cirurgia plástica mais procurados em todo o mundo, incluindo Portugal. De acordo com a International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS, 2022), é a cirurgia estética mais realizada globalmente, representando mais de 16% de todas as intervenções cirúrgicas estéticas.

O principal objetivo deste procedimento é aumentar o volume e melhorar a forma das mamas através da colocação de implantes. Pode ser indicada para mulheres com mamas naturalmente pequenas, perda de volume após gravidez ou amamentação, alterações congénitas ou simplesmente para quem deseja melhorar a harmonia corporal e autoestima.

Este artigo reúne informação clara, sobre a mamoplastia de aumento: o que é, como funciona, quais os riscos e complicações e algumas perguntas frequentes.

Em que consiste a Mamoplastia de Aumento?

É uma cirurgia plástica estética que consiste na inserção de implantes mamários sob o tecido mamário ou sob o músculo peitoral. Os implantes podem ser de diferentes tamanhos, formas e texturas, permitindo uma personalização de acordo com as características físicas e objetivos da paciente.

Segundo uma revisão publicada no Aesthetic Surgery Journal (2019), a satisfação das pacientes após a cirurgia de aumento mamário é elevada (>90%), com impacto positivo na imagem corporal, autoestima e qualidade de vida.

Como funciona a Mamoplastia de Aumento?

O caminho para a mamoplastia de aumento começa com uma consulta de avaliação detalhada com o cirurgião plástico. Esta etapa é crucial para garantir que o procedimento é adequado para si e que os seus objetivos estéticos são realistas e alcançáveis. Durante esta consulta, o cirurgião irá:

Avaliar o seu estado de saúde geral:

Serão analisados o seu historial médico completo, incluindo quaisquer condições pré-existentes, medicamentos que esteja a tomar e cirurgias anteriores.

Discutir os seus objetivos e expectativas:

É fundamental que partilhe abertamente o que espera da cirurgia e que o cirurgião lhe explique o que é realisticamente possível alcançar.

Examinar a sua estrutura mamária:

Será avaliada a quantidade de tecido mamário existente, a qualidade da sua pele, a simetria das mamas e a posição dos mamilos.

Apresentar as opções de implantes:

Ser-lhe-ão mostradas e explicadas as diversas opções de implantes mamários disponíveis, incluindo:

  • Tipo de Implante: Os mais comuns são os de silicone, devido à sua textura natural e sensação semelhante ao tecido mamário, e os de soro fisiológico (menos usados atualmente em Portugal).
  • Formato do Implante: Poderá escolher entre implantes redondos, que proporcionam um preenchimento mais uniforme e um colo mais pronunciado, e implantes anatómicos (ou em gota), que oferecem um resultado mais natural, imitando a forma da mama.
  • Textura do Implante: As superfícies podem ser lisas, texturizadas ou microtexturizadas. A escolha da textura pode influenciar o risco de complicações, como a contratura capsular.
  • Localização da Incisão: As incisões são feitas em locais estratégicos para minimizar a visibilidade das cicatrizes. As opções incluem:
      • Periareolar: À volta da aréola, disfarçando a cicatriz na transição de cor.
      • Inframamária: No sulco natural abaixo da mama, uma das abordagens mais comuns e que permite um bom controlo cirúrgico.
      • Axilar: Na axila, deixando as mamas sem cicatrizes, mas com uma abordagem mais complexa.
  • Posicionamento do Implante: O implante pode ser colocado:
      • Subglandular: Por cima do músculo peitoral, diretamente sob a glândula mamária.
      • Submuscular: Por baixo do músculo peitoral. Esta técnica é frequentemente escolhida quando há pouco tecido mamário e pode oferecer uma cobertura mais natural do implante, além de potencialmente reduzir o risco de contratura capsular.

A escolha destas opções é altamente individualizada e será feita em conjunto com o seu cirurgião, para garantir o resultado mais harmonioso e satisfatório para si. É crucial que todas as suas perguntas sejam respondidas e que se sinta totalmente informada antes de prosseguir.

Como é o procedimento cirúrgico e a recuperação?

A mamoplastia de aumento é geralmente realizada sob anestesia geral e tem uma duração média de uma a duas horas, dependendo da complexidade do caso. Após a cirurgia, é normal sentir algum desconforto, edema e equimoses (nódoas negras) nas mamas. Estes sintomas são controláveis com a medicação prescrita pelo médico.

O período de recuperação inicial costuma durar cerca de uma a duas semanas. Durante este tempo, é fundamental seguir rigorosamente as instruções pós-operatórias do seu cirurgião, que tipicamente incluem:

Não levantar pesos, evitar desportos e atividades que exijam movimentos dos braços ou do tronco.

Um sutiã cirúrgico específico deve ser usado continuamente durante as primeiras semanas para ajudar a reduzir o “inchaço” e apoiar as mamas durante a cicatrização.

Analgésicos e, por vezes, antibióticos serão indicados para controlar a dor e prevenir infeções.

O repouso é fundamental para uma boa recuperação.

O regresso às atividades diárias habituais é progressivo. A maioria das mulheres consegue voltar ao trabalho (se não for fisicamente exigente) em cerca de uma semana. O edema diminui gradualmente ao longo de várias semanas e os resultados finais da cirurgia tornam-se plenamente visíveis após alguns meses, quando os tecidos se acomodam e os implantes assentam na sua posição definitiva.

Riscos e complicações da cirurgia

Como em qualquer intervenção cirúrgica, a mamoplastia de aumento apresenta potenciais riscos e complicações, embora as complicações graves sejam raras. É fundamental estar ciente deles para tomar uma decisão informada. Entre os possíveis riscos incluem-se:

Embora rara, pode exigir tratamento com antibióticos ou, em casos mais graves, a remoção temporária ou permanente do implante.

Ocorre quando o tecido cicatricial que se forma naturalmente à volta do implante se torna espesso e contrai, podendo causar endurecimento, dor e deformidade da mama. Pode ser necessário um procedimento cirúrgico para a corrigir.

Os implantes podem romper-se devido a trauma ou, mais raramente, ao longo do tempo. Se ocorrer uma rotura, poderá ser necessária uma cirurgia para remover ou substituir o implante.

Pode ocorrer uma alteração temporária ou, mais raramente, permanente da sensibilidade nos mamilos ou na pele da mama.

Apesar de todos os esforços, podem ocorrer ligeiras diferenças no tamanho, forma ou posição das mamas após a cirurgia.

Acumulação de sangue ou fluido na área cirúrgica, que pode necessitar de drenagem.

O implante pode mover-se da sua posição original, exigindo uma cirurgia corretiva.

É crucial escolher um cirurgião plástico experiente para minimizar estes riscos e garantir a sua segurança e os melhores resultados possíveis.

Em conclusão, a mamoplastia de aumento é um procedimento seguro, eficaz e com elevado índice de satisfação, quando realizado por cirurgiões plásticos qualificados. Proporciona não apenas um ganho estético, mas também benefícios psicológicos e de autoestima comprovados por estudos científicos.

A decisão deve ser tomada de forma consciente, após consulta com um especialista, discutindo todas as opções, riscos e expectativas.

Se quer realizar este procedimento, agende uma avaliação. A escolha informada é o primeiro passo para resultados naturais, seguros e duradouros!

Perguntas Frequentes

Não, os implantes mamários não são considerados dispositivos para toda a vida. Embora a maioria dos implantes seja fabricada para ter uma durabilidade considerável, a sua vida útil é finita. Não existe uma “validade” exata, mas é comum que os implantes durem entre 10 a 20 anos. Após este período, ou mesmo antes, pode ser necessário um procedimento cirúrgico para os substituir, caso ocorram complicações como rotura, contratura capsular significativa, ou simplesmente se desejar uma mudança estética.

Na maioria dos casos, a mamoplastia de aumento não afeta significativamente a capacidade de amamentar. A possibilidade de interferência depende de vários fatores, como a técnica cirúrgica utilizada (especialmente o tipo de incisão e a posição do implante) e a forma como o tecido mamário reage. É fundamental discutir este aspeto com o seu cirurgião durante a consulta, especialmente se tem planos de ter filhos no futuro.

O tempo de recuperação e regresso ao trabalho varia consoante a sua atividade profissional. Se o seu trabalho não exigir esforço físico intenso (por exemplo, trabalho de escritório), poderá regressar em aproximadamente uma semana. Para profissões que impliquem levantar pesos, movimentos repetitivos dos braços ou grande esforço físico, pode ser necessário um período de duas a quatro semanas de afastamento. O seu cirurgião dar-lhe-á indicações específicas baseadas na sua recuperação individual e tipo de trabalho.

Sim, como qualquer cirurgia, a mamoplastia de aumento resulta em cicatrizes. No entanto, os cirurgiões plásticos fazem todos os esforços para as tornar o menos visíveis possível, colocando as incisões em locais estratégicos e discretos. As áreas mais comuns para as incisões são no sulco inframamário (a dobra natural abaixo da mama), à volta da aréola (na transição de cor) ou na axila. Com o tempo e os cuidados adequados, as cicatrizes tendem a atenuar-se e a tornar-se menos percetíveis, mas nunca desaparecem completamente.

A escolha do tamanho do implante é uma decisão altamente personalizada e um dos pontos mais importantes a discutir com o seu cirurgião. Não existe um “tamanho ideal” único para todas as mulheres. O cirurgião irá considerar diversos fatores para a ajudar a tomar a melhor decisão, tais como: a sua estrutura corporal (altura, peso, largura do tórax), a quantidade de tecido mamário existente, a elasticidade da sua pele, os seus objetivos estéticos e as suas expectativas. O objetivo é alcançar um resultado que seja harmonioso com a sua silhueta e que a faça sentir confiante e satisfeita. Muitos cirurgiões utilizam simuladores 3D ou sizers (modelos de implantes externos) para a ajudar a visualizar os resultados potenciais.